Imagem: Banksy |
Cidade. Fenômeno que cerca a universidade por todos os lados. Lugar dos nascimentos e dos óbitos cotidianos, e entre estes dois fatos consumados uma possibilidade: pessoas. A cidade vai além do lugar onde as pessoas nascem e morrem. É o emaranhado de relações que constitui e divide seres, que nascem e morrem, em determinados conjuntos de pessoas, ou classes. Os que andam de carro e os que usam ônibus, aqueles que andam a pé ou de bicicleta. Pessoas que moram em uma casa que é sua, que moram em um quarteirão que é seu, ou que não moram em lugar nenhum, mas são encontradas ali, na rua, ao lado dos que anda a pé ou de carro. Há pessoas que trabalham muito, há pessoas que ganham muito. Portanto, a cidade é sobretudo, a relação entre estes diferentes conjuntos de pessoas, que disputam e vencem, ou perdem, em um conflito que dá forma ao que chamamos de urbano. E a universidade, o que é?
Não há resposta fácil, mais como a cidade e as pessoas, a universidade pode ser considerada também uma possibilidade. Enquanto possibilidade depende da disputa, do conflito e do debate necessário em torno de sua própria existência. Mas a universidade se afirmará como uma realidade e não apenas uma projeção, quando se conectar intimamente com a cidade e ligar seu destino a ela. Se conectar com as grandes maiorias anônimas que moram em algum lugar, ou em lugar nenhum, que ganham o possível para continuar trabalhando, enfim são aqueles e aquelas que disputam a cidade por existirem, mas também para poderem existir.
Portanto, a universidade é uma possibilidade, porque não é de fato uma instituição de ensino, como dizia Paulo Freire “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as pessoas se educam entre si, mediadas pelo mundo”, de outro modo a universidade deve ser educada pelas pessoas, pela cidade para assim atingir a sua dimensão universal. A universidade pode contribuir com a elevação cultural de um povo, mas somente se conseguir ter a grandeza de se educar com ele. Para além de uma instituição de ensino, a universidade enquanto uma possibilidade pode vir a ser também um grande encontro da e na cidade, com e para as pessoas, a favor das maiorias sociais.
Apresentamos o primeiro número deste boletim, ao qual chamamos IKATÚ, que em guarani significa “possível”. Por acreditarmos que seja possível o encontro entre a cidade e a universidade. Como missão, assumimos o compromisso de contribuir para o encontro dos estudantes, servidores e professores da UFMG com a cidade de Belo Horizonte, com as lutas sociais que acontecem tão cotidianamente como as noites e os dias. O boletim IKATÚ é produzido por militantes e apoiadores/as das Brigadas Populares, e está aberto a aqueles e aquelas que como nós acreditamos na construção de uma cidade e uma universidade onde caibam todos e todas.
É isso aí,as ações coletivas devem se direcionar no sentido de construir políticas que venha a beneficiar ao social como um todo, isso é uma forma de inclusão que vai muito mais além do conhecimento ou do letramento.
ResponderExcluirA sociedade e nós os universitários devemos nos engajar nessa tarefa.
Parabéns a vocês por essa iniciativa.
Obrigado companheira pela força. O objetivo de nosso trabalho é aproximar a cidade da universidade, romper com esta contradição que cria obstáculos ao avanço de nossa sociedade como um todo.
ResponderExcluirContamos com sua participação e divulgação.
abraço
IKATU