Reuni, ProUni, Reforma Universitária... em três palavras podemos dizer muito pelo o que já passou a educação brasileira nos últimos anos, em especial o ensino superior. Palavras revestidas de conteúdo pesado e indigesto, seja da maneira como foi/é implementada, como da perspectiva inerente de futuro da educação à qual aponta. Apontam um norte perverso, de um futuro no qual grande parcela da juventude fica isolada apenas ao sonho.
Sonho que se acende. Sonho de acesso ao ensino público, ao trabalho, renda, moradia... Futuro no qual sempre são colocados para passar por um funil. Funil apertado, diga-se de passagem... Mas de onde vem este aperto? Seria um “mal necessário”? Ou seriam as pessoas de tamanhos diferentes? Embora haja insistência na velha tese de que todos nascem iguais, sabemos que não é bem assim. As desigualdades geradas e acumuladas historicamente em nossa sociedade contribuem para a manutenção de um quadro perverso, no qual a população mais pobre tem menos condições de acesso em relação às mais ricas.
O sonho persiste. Entremeados à jornadas extensas de trabalho, muitos tentam e desistem no meio do caminho, outros são laçados pelos tentáculo do ensino privado, em seus cursinhos e grandes “empresas da educação”. Mas quem conquista o fetiche do ensino superior público ainda é uma minoria. O sonho morre.
Mas a organização é possível. Seja no movimento estudantil, nos movimentos sociais, nas organizações políticas, estão lá vários e vários sonhadores, que ultrapassam a barreira do impossível nas lutas cotidianas. Um plano de metas fantasiosas, como o plano nacional de educação, não resolve nossa situação. A entrada de um ou outro governo também não. Não se fala de metas sem falar de financiamento, e não se fala de financiamento sem falar em prioridades, e não se fala em prioridades sem falar de um posicionamento claro de sociedade. Aquela na qual a juventude tem acesso livre à educação, trabalho, renda, moradia, terra... aos seus próprios sonhos.
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