domingo, 24 de outubro de 2010

Ocupações urbanas: massacre anunciado


A longa jornada da população sem-teto de Belo Horizonte assumi contornos dramáticos. Atualmente 1500 famílias, das ocupações Dandara, Torres Gêmeas, Camilo Torres e Irmã Dorothy encontram-se ameaçadas de despejo. A Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo do Estado se recusam a abrir a mesa de negociação e discutir uma solução. A situação se agrava, pois a posição fundamentalista das autoridades públicas e do Tribunal de Justiça cria a constante possibilidade de despejo forçado dos moradores das referidas ocupações, o que significa o risco de morte para milhares de pessoas em plena capital mineira: um massacre anunciado.

As lutas não param, a repressão também não. No dia 20 de setembro, um pequeno incêndio em uma das Torres Gêmeas (ocupação em Santa Teresa/BH), foi a motivo para que a PM despejasse 168 famílias, que perderam a moradia que tinha mais de 15 anos. O povo foi as ruas. No dia 29 de setembro as Brigadas Populares organizaram um acampamento com delegações de todas as ocupações da capital na porta da Prefeitura para exigir uma solução para além dos despejos. A Guarda Municipal usou de violência contra as famílias, usando cacetes e spray de pimenta. O povo resistiu. O acampamento permaneceu até o dia 01 de outubro, e contou com a solidariedade de centenas de pessoas. O prefeito e empresário Márcio Lacerda não recebeu os manifestantes.

Cada vez está mais clara a incapacidade de governantes, como Anastásia e Lacerda, em governar para os pobres e dialogar com os movimentos sociais. A solidariedade de toda a sociedade é fundamental para a resistência das ocupações, para que se possa evitar o fim trágico da jornada dos sem-teto de BH na luta por seus direitos.

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